Agência Nacional de Energia Elétrica do Brasil visita INESC TEC

No âmbito da sua visita, o Diretor da ANEEL também teve oportunidade de conhecer vários laboratórios do INESC TEC: o Laboratório de Redes Elétricas Inteligentes e Veículos Elétricos, no edifício sede do INESC TEC, bem como os laboratórios que o INESC TEC tem dedicados à Fotónica e Optoelectrónica, no polo da instituição na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, e à Robótica, no polo do Instituto Superior de Engenharia do Porto.

O Diretor da ANEEL teve ainda oportunidade de dar uma palestra sobre o impacto da pandemia no sistema energético brasileiro. Na sua apresentação, Sandoval Feitosa deu destaque a algumas características do consumo energético no Brasil, nomeadamente sobre o facto de o Brasil ter atualmente 85 milhões de consumidores de energia elétrica e mais de 1 milhão de novos consumidores por ano.

O convidado demonstrou também o impacto da COVID-19 no sistema energético do Brasil, ao mostrar como o país sofreu uma crise hídrica que teve o seu pior momento em outubro de 2020, sendo que a Bacia Hidrográfica do Paraná representou a pior estação húmida dos últimos 91 anos. Este acontecimento trouxe dificuldades acrescidas para a produção de energia e, por isso, foram até realizadas algumas campanhas com o objetivo de reduzir o consumo de energia elétrica.

Também foi debatida a importância do órgão regulador brasileiro no que toca à atração de investimento. Desde que a ANEEL assumiu funções de regulador, foram capazes de atrair “mais um trilião de reais de investimento no Brasil” - o correspondente a 158 mil milhões de euros - na geração, transmissão e distribuição de energia, destacou Sandoval Feitosa.

Esta visita surge na sequência do trabalho contínuo em pesquisa e desenvolvimento que Portugal e Brasil têm feito em colaboração na área da energia. Esta atividade deriva do esforço do INESC TEC e de um conjunto de universidades brasileiras, numa interação mediada pelo INESC P&D Brasil e onde se destacam vários projetos, em que uma participação portuguesa permitiu acrescentar valor e internacionalização aos resultados obtidos, com benefícios para a ciência e indústria brasileiras. Como exemplos recentes, pode referir-se o projeto TECCON II, que levou à instalação, numa linha de 230 kV alimentando a região de São Paulo, de um isolador inteligente, monitorizando em tempo real uma quantidade de parâmetros de exploração da linha, ou um complemento de estudo para o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

Se o segundo trabalho, como consultoria avançada, corresponde à aplicação de conhecimentos científicos e técnicos para inovação de conceitos nos centros de controlo, o primeiro está no caminho de se converter num produto de disseminação industrial, demonstrando como a cooperação internacional que o INESC TEC assegura permite uma transferência de tecnologia avançada para a indústria de bens de equipamento brasileiras – um excelente exemplo, que também importa divulgar no Brasil e, em particular, junto da ANEEL, de que cooperação internacional não é apenas a escrita de artigos em coautoria.

Sandoval Feitosa desempenha funções na ANEEL há 17 anos. Anteriormente colaborou com Companhia de Energia do Maranhão, uma empresa de distribuição de energia bem como com a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – Chesf.

A apresentação realizada por Sandoval Feitosa está disponível no canal Youtube do INESC TEC.

O investigador do INESC TEC mencionado nesta notícia tem vínculo à UP-FEUP.