Mais inovação, melhor qualidade de vida, maior competitividade económica – é este o impacto das instituições de IDI europeias e o INESC TEC faz parte

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Promovem inovação, melhoram a qualidade de vida e impulsionam a competitividade europeia, reinvestindo receitas em novos ciclos de inovação – é este o papel fundamental das instituições de investigação, desenvolvimento e inovação (IDI) que operam entre os setores público e privado. A afirmação é da EARTO – associação europeia de organizações ligadas à investigação e à tecnologia –, que publicou recentemente um relatório sobre o impacto económico de 15 instituições de IDI europeias. O INESC TEC, membro da EARTO e de quem recebeu recentemente o prémio europeu de inovação, integra a lista de organizações que contribuíram para este relatório, que analisou o período de 2021 e 2022.


De acordo com o mesmo relatório, há uma série de conclusões a destacar sobre o impacto das instituições de IDI, começando, desde logo, pelos efeitos económicos diretos, indiretos e induzidos. Em 2022, as 15 instituições em análise – AIT (Áustria), CEA (França), DTI (Dinamarca), Eurecat (Espanha), imec (Bélgica), INESC TEC (Portugal), JSI (Eslovénia), NIC (Eslovénia), RISE (Suécia), SINTEF (Noruega), Tecnalia (Espanha), TNO (Países Baixos), Tyndall (Irlanda), VITO (Bélgica) e VTT (Finlândia) – contribuíram para a criação de cerca de 245 mil empregos na economia europeia, através de atividades a que correspondeu um volume de negócios total de cerca de 37,7 mil milhões de euros. O retorno fiscal destas atividades ascendeu a cerca de 6,6 mil milhões de euros – entre atividades nucleares, investigação por contrato, atividades de spin-offs, etc. –, dos quais cerca de 3 mil milhões de euros resultaram das atividades nucleares das instituições de IDI.

No que diz respeito à investigação por contrato – isto é, a projetos de IDI realizados por estas instituições e contratualizados com outras entidades –, houve um fluxo de cerca de 2 mil milhões de euros de contratos, dos quais 1,5 mil milhões de euros na Europa. Este valor traduziu-se em 104 mil postos de trabalho adicionais e um volume de negócios de 16,1 mil milhões de euros. Neste valor não são contabilizados os projetos de investigação com financiamento público.

Já em relação às spin-offs criadas por estas instituições e ativas em alguma altura no período de 2021 e 2022, contabilizou-se um total de 393. Estas 393 spin-offs resultaram em quase 19 mil empregos e geraram um volume de negócios de 2,8 mil milhões de euros. A taxa de sobrevivência no primeiro ano das spin-offs destas instituições é de 98% – uma taxa significativamente superior à média europeia, que ronda os 81%, o que mostra a robustez e o impacto sustentável destas empresas. Em média, estas empresas estiveram ativas durante 9,7 anos antes de cessarem ou fundirem as suas atividades.

São ainda de destacar mais três efeitos que estas instituições de IDI têm na economia europeia – o efeito multiplicador de emprego, o retorno sobre os subsídios governamentais e a mobilidade de capital humano. No que ao efeito multiplicador de emprego diz respeito, para cada emprego direto nestas instituições de IDI, quase cinco empregos adicionais foram criados na economia europeia. Em relação ao retorno sobre os subsídios governamentais, por cada euro investido pelos diferentes governos nestas instituições houve um retorno de mais de dois euros em receitas fiscais para os governos nacionais. Por último, no que diz respeito à mobilidade de capital humano, cerca de 3 mil colaboradores altamente qualificados deixaram estas instituições de IDI anualmente, com 80% deles a permanecer no país da própria instituição e 72% a transitar para o setor privado, contribuindo significativamente para a absorção de conhecimento pelo setor empresarial.

“O estudo destaca o papel fundamental das instituições de IDI, não só como motores de inovação tecnológica, mas também como catalisadores de emprego, valor económico e retorno fiscal significativo para os países europeus. Este relatório oferece uma análise detalhada de efeitos económicos diretos, indiretos e induzidos, contribuindo com uma perspetiva inovadora sobre o efeito financeiro e o efeito multiplicador destas instituições na economia europeia. Com base em métricas robustas, esta análise fornece dados essenciais para um debate informado e estratégico sobre o papel de instituições como o INESC TEC no fortalecimento do ecossistema europeu de inovação”, conclui João Claro, presidente do conselho de administração do INESC TEC.

No caso do INESC TEC, os dados analisados incluíram emprego, volume de negócios, custos, aquisições, montante de financiamento público, investigação por contrato, spin-offs, esperança média de vida das spin-offs, e mobilidade de colaboradores. O relatório foi produzido pela Idea Consult, uma consultora belga contrata pela EARTO para conduzir este estudo.

O investigador mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC e à UP-FEUP.

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