INESC TEC contribui para roadmap sobre Inteligência Artificial aplicada à operação do sistema elétrico

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Como é que a Inteligência Artificial (IA) pode capacitar as redes elétricas do futuro? Um grupo de trabalho, com participação do INESC TEC, do CIGRÉ – Conselho Internacional de Grandes Sistemas Elétricos – terminou uma brochura técnica sobre a aplicação de IA no suporte da operação do sistema elétrico. No âmbito de um tutorial deste grupo de trabalho, a comunidade internacional reuniu-se recentemente, num evento, para debater desafios e oportunidades nesta área.

 


 

A aplicação de IA em redes elétricas já demonstrou benefícios concretos, especialmente em tarefas como a previsão de consumo de energia elétrica e a produção de base renovável. Mas o terreno é fértil e há muito caminho para desbravar. Foi por isso elaborado um documento técnico - The impact of the growing use of ML-AI in the operation and control of power networks from an operational perspective - que funciona como um roadmap de desenvolvimento de soluções de IA aplicadas ao setor energético e que conta com os contributos do INESC TEC. Como é que a IA pode ser usada para controlo de tensão e gestão de congestionamentos? Como podemos operacionalizar algoritmos de IA em sistemas elétricos? O grupo de trabalho que desenvolveu este documento reuniu-se, em Paris para responder a estas e outras questões. Ricardo Bessa, investigador do INESC TEC na área da energia, e secretário do grupo de trabalho destaca a importância desta reunião: “No evento e na brochura técnica, alguns pontos de destaque são a hibridização entre modelos físicos e dados, a aprendizagem reforçada e conceitos emergentes como os modelos fundamentais para operação da rede elétrica. A operacionalização de algoritmos de IA exige uma abordagem onde os casos de uso fundamentais e com maior impacto são prioritários e utilizados internamente como faróis para a inovação e aprendizagem de novas competências.”.

Alguns operadores da rede de transmissão estão a testar em ambiente real projetos-piloto relacionados com controlo de tensão, inspeção e avaliação do estado de ativos da rede elétrica, processamento inteligente de alarmes e gestão de congestionamentos, prometendo uma redução significativa nos custos operacionais e maior eficiência no controlo das redes.  "No entanto, a transição para a operacionalização da IA enfrenta desafios significativos, como a necessidade de dados de alta qualidade, requisitos computacionais e transformações organizacionais, incluindo a criação de equipas especializadas em ciência de dados", alerta Ricardo Bessa.

O investigador destacou ainda o projeto europeu AI4REALNET, coordenado pelo  INESC TEC, e que explora como a IA pode melhorar a flexibilidade das redes elétricas em cenários de penetração elevada de renováveis. “Queremos ser líderes na inovação tecnológica aplicada ao setor energético, com a participação ativa em projetos e grupos de discussão. Os sistemas de apoio à decisão baseados em IA têm a capacidade de lidar com cenários de observabilidade parcial, quantificar a incerteza e a rápida inferência tem potencial para transformar a operação e simulação de redes elétricas em tempo real e permitir uma operação mais flexível do sistema elétrico”, conclui.   

O futuro de um sistema elétrico mais resiliente e flexível passa pelo uso da IA e pelo INESC TEC.

 

O investigador do INESC TEC mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC.

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