20 invenções depois: INESC TEC e Universidade do Porto voltam a reforçar relações na transferência de tecnologia

Corria o ano de 2022 quando o INESC TEC e a U. Porto assinaram um acordo chapéu que tinha como objetivo estabelecer as fundações para uma gestão da propriedade intelectual em conjunto. Três anos depois: são já cerca de 20 as invenções que nasceram após a assinatura deste acordo. O início de julho ficou marcado pela primeira reunião geral entre os gabinetes de transferência de tecnologia do INESC TEC e da U. Porto, a U.Porto Inovação, naquilo que se pretende que seja um reforçar das relações das duas instituições nesta área.
“As 20 invenções que já nasceram deste acordo têm sido premiadas a nível nacional e internacional e feito destas duas instituições um exemplo a seguir no que à transferência de tecnologia diz respeito”, explica Daniel Vasconcelos, responsável pelo gabinete de transferência de tecnologia do INESC TEC.
Vamos aos factos: iLof – uma tecnologia em cotitularidade – vence o prémio europeu de inovação em 2024, atribuído pela EARTO, fazendo com que, pela primeira vez, uma instituição portuguesa conquiste este prémio na categoria “impacto esperado”; no mesmo mês, é a vez de Tamás Karácsony e João Paulo Cunha trazerem do Dubai um galardão atribuído na conferência GITEX Global 2024, mais uma tecnologia, desta vez em cotitularidade não só entre INESC TEC e U. Porto, mas também com a Carnegie Mellon University, fazendo desta invenção uma parceria internacional capaz de criar impacto com um sistema de Inteligência Artificial para monitorização de epilepsia. Mas há muitos mais: quatro meses antes destas duas invenções terem sido premiadas, tinha sido a vez da spin-off Seedsight ter sido finalista da Nature spin-off award, e em novembro de 2024, mais uma invenção conjunta premiada, a SpecTOM – um equipamento para determinar a qualidade dos bens alimentares -, desta vez com o prémio Crédito Agrícola 2024, cujo licenciamento está em negociação.
E no que diz respeito a spin-offs em preparação? São vários os exemplos: desde a Spectral KD, uma técnica de espectroscopia que teve financiamento do programa de aceleração da U. Porto, o BIP Proof, para apoiar a prova de conceito, ao Bodyboost, um wearable para evitar lesões ocupacionais por má postura, que fez o programa iUP25k, depois o BIP Acceleration e ainda um programa do Santander, que se encontra em curso. Estas três iniciativas da Universidade são organizadas e promovidas pela U.Porto Inovação.
E há igualmente outros casos de parcerias internacionais, como conta Daniel Vasconcelos. “A DeepPHDet, por exemplo, é uma tecnologia para detetar precocemente, e sem dor, hipertensão pulmonar. Trata-se de uma parceria entre INESC TEC, U. Porto e a John Hopkins Ventures para futuros desenvolvimentos e comercialização”.
A reunião que ocorreu em julho entre os gabinetes de transferência de tecnologia das duas instituições teve como principais objetivos a aproximação das equipas, fazer um ponto de situação de alguns processos mais críticos e a análise de melhorias e sinergias para um futuro de ainda maior sucesso em conjunto.
“O encontro com a equipa de transferência de tecnologia do INESC TEC foi para nós a oportunidade de conhecermos em pessoa colegas de profissão, o seu interessante percurso e motivação para trabalharem na valorização dos resultados de investigação do INESC TEC. Do ponto de vista operacional, o encontro permitiu a discussão de problemas e propostas de melhoria na cada vez mais estreita e produtiva relação entre INESC TEC e Universidade do Porto em matéria de propriedade intelectual”, explica André Fernandes, diretor da U. Porto Inovação.