Portugal vence pela primeira vez prémio internacional de ciência de computadores – e a galardoada é investigadora do INESC TEC

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Miriam Seoane Santos é investigadora do INESC TEC e docente da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e acaba de ser distinguida pelo seu contributo para o desenvolvimento responsável de sistemas de Inteligência Artificial. A investigadora foi a primeira portuguesa a vencer o prémio internacional ERCIM Cor Baayen, que visa distinguir investigadores e investigadoras em início de carreira, nunca antes atribuído a Portugal, desde a sua criação em 1995.


Tem estudado as características dos dados, nomeadamente, a falta de representatividade, a ausência de informação ou a sua complexidade intrínseca, e a forma como isso pode influenciar os modelos de Inteligência Artificial (AI). Com este trabalho, Miriam quer contribuir para o desenvolvimento responsável de modelos de IA, tornando-os mais robustos e confiáveis – modelos esses que podem ser aplicados em áreas como saúde, justiça, finanças ou telecomunicações.

A investigação a que se tem dedicado valeu-lhe o prémio ERCIM Cor Baayen 2025, um prestigiado prémio internacional que se destina a valorizar investigadores e investigadoras em início de carreira, com atividade na área da ciência de computadores e da matemática aplicada.

“Este prémio é para mim uma valorização da investigação fundamental e um incentivo para continuar a promover uma tecnologia mais equitativa, justa e transparente”, refere Miriam Seoane Santos. A par deste trabalho, a investigadora também tem estado envolvida em atividades de literacia digital e capacitação sobre IA, para ajudar a comunidade a “compreender, criar e usar a tecnologia de forma responsável e informada, em benefício de toda a sociedade”. Exemplos disso, são a participação no programa Ciência Viva no Laboratório – Ocupação Científica de Jovens nas Férias, que o INESC TEC tem vindo a acolher, e a recente participação no curso “IA Responsável na Prática Jurídica”, organizado pela Ordem dos Advogados e no qual participou também Vasco Rosa Dias, Encarregado de Proteção de Dados do INESC TEC.

No futuro, Miriam pretende focar-se no desenvolvimento de métodos e ferramentas práticas para ajudar cientistas e empresas a traduzir princípios éticos e regulatórios em garantias técnicas concretas. Quer ainda continuar o seu trabalho de inclusão e diversidade na tecnologia, e sensibilizar a comunidade estudantil e do ecossistema empresarial quanto à importância de desenvolver produtos tecnológicos com responsabilidade e consciência social.

O ERCIM Cor Baayen 2025 prevê um prémio pecuniário no valor de cinco mil euros e a cerimónia de entrega de prémios decorrerá no evento ERCIM Fall Meeting, que se realiza em França, no dia 30 de outubro. O Cor Baayen Early Career Researcher Award é um prémio anual, concedido pela ERCIM (European Research Consortium for Informatics and Mathematics) – rede na qual o INESC TEC participa como entidade associada. Este galardão foi criado em 1995 para homenagear Cor Baayen, o primeiro presidente da ERCIM. Os nomes dos cientistas candidatos são propostos pelas instituições associadas da ERCIM e os critérios de seleção consideram a qualidade científica, originalidade e rigor, o impacto e a visibilidade internacional.

 

A investigadora mencionada na notícia tem vínculo ao INESC TEC e à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).

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