Projeto BANKSY arranca para revolucionar o raciocínio sobre informação vaga e contraditória

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O projeto BANKSY, financiado pela FCT, promete inovar o modo como lidamos com contextos marcados por informações incompletas, incertas ou até contraditórias. Com duração prevista de três anos, o projeto resulta de uma parceria entre o INESC TEC, o CIDMA, a Universidade de Aveiro e a AIBILI (Association for Innovation and Biomedical Research on Light and Image).


O objetivo passa por desenvolver novas lógicas não clássicas e ferramentas de raciocínio capazes de modelar situações reais onde os métodos tradicionais — bivalentes ou probabilísticos — se revelam insuficientes. O projeto pretende criar bases teóricas e instrumentais para raciocinar de forma robusta sobre dados simultaneamente incompletos e inconsistentes, uma necessidade crescente em áreas como a saúde, a inteligência artificial ou a análise de sistemas complexos. 

O INESC TEC assume a coordenação do consórcio e contribuirá para todas as tarefas técnicas e científicas, nomeadamente no desenvolvimento da teoria e das ferramentas de modelação. A equipa conta com Luís Soares Barbosa e Renato Neves, docentes da Universidade do Minho, bem como vários doutorandos nesta área de investigação. 

“O BANKSY apoia-se já em trabalho teórico anteriormente desenvolvido e publicado, consolidando uma linha de investigação que tem vindo a ganhar destaque internacional na área da lógica dinâmica”, refere Luís Soares Barbosa, investigador do INESC TEC na área da Computação Quântica. 

A estrutura concetual do projeto assenta na coexistência de relações de acessibilidade positivas e negativas, articuladas com espaços de verdade definidos através de estruturas algébricas denominadas residuated lattices. Este enquadramento permitirá construir uma linguagem de modelação e uma lógica modal paraconsistente aptas para representar e verificar propriedades de sistemas que operam com dados contraditórios. 

O projeto será aplicado num caso concreto na área da saúde: o diagnóstico da degenerescência macular relacionada com a idade (AMD), disponibilizado pelo laboratório biomédico AIBILI.

Os investigadores do INESC TEC mencionados na notícia têm vínculo ao INESC TEC e à UMinho.

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