INESC TEC volta a participar no maior exercício de robótica marinha do mundo

Ao longo do mês de setembro, os investigadores do INESC TEC estiveram em Troia e Sesimbra para participar em mais uma edição do REPMUS, o maior exercício de experimentação de robótica e veículos não tripulados do mundo.
Entre 8 e 26 de setembro, a Península de Setúbal acolheu a 15.ª Edição do REPMUS – Robotic Experimentation and Prototyping with Maritime Unmanned Systems. Segundo os dados revelados pela Marinha, o evento contou com mais de 3.500 participantes de 37 países, 18 navios militares e cerca de 270 sistemas e veículos autónomos.
O INESC TEC voltou a não falhar a chamada e, desta vez, com reforço, através também do INESCTEC.OCEAN – o novo Centro de Excelência para o Mar. Foram 13 os investigadores do Instituto, entre a área de robótica e sistemas autónomos e o INESCTEC.OCEAN, que marcaram presença e que participaram em dois exercícios distintos: CUI – Critical Underwater Infrastructures (Infraestruturas Subaquáticas Críticas, numa possível tradução para português) e SMER – Submarine Escape & Rescue (Escape e Salvamento Submarino).
Ainda antes do exercício relacionado com infraestruturas subaquáticas críticas, “o INESC TEC deu suporte à Marinha na colocação de um cabo submarino a 300 metros da costa de Sesimbra”, descreve Paula Lima, investigadora do Instituto. Já durante a atividade, a equipa do INESC TEC participou em dois cenários distintos.
Como ‘RED Force’, os investigadores usaram o TURTLE III – um lander robótico de mar profundo – e a EVA – um veículo autónomo subaquático (AUV, na abreviatura em inglês) para representar a ameaça a um cabo submarino. Enquanto o TURTLE III aterrava no fundo marinho e mudava a sua localização, a EVA depositava cargas (effectors). “Na ‘BLUE Force’, a EVA esteve a localizar e inspecionar visualmente as ameaças”, explica a investigadora.
Já no que toca ao exercício relacionado com salvamento submarino, foi usada novamente a EVA, que recorreu a um “sistema de gradiómetros para localizar e estudar a assinatura magnética de um submarino real”.
Nos últimos dias do REPMUS, a equipa do INESC TEC também esteve presente no ‘DVDay’, a dimensão mais expositiva do evento. Além do TURTLE III, outro AUV do INESC TEC – a IRIS – também esteve em evidência na mostra final.
A investigadora Paula Lima frisa que a presença do INESC TEC nas atividades do REPMUS “é fundamental”, porque “permite mostrar os nossos ativos em ação a vários stakeholders, especialmente à Marinha Portuguesa”.
Coorganizado pela Marinha, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), NATO e Agência de Defesa Europeia (EDA), o evento é “uma oportunidade de operar em cenários únicos no mar, aos quais não se teria acesso de outra forma”, acrescenta.
No final de mais uma participação do Instituto neste exercício de robótica mundial, Paula Lima não deixa de notar que se verificou “um maior investimento por parte da organização e dos participantes, tanto no tamanho das equipas, como no número de ativos e mesmo infraestruturas de base que levaram para demonstração”. “É o maior ‘laboratório vivo’ do mundo para teste de sistemas marítimos não tripulados”, remata.